quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Agressividade e covardia (violência dissimulada)





Violentia, do latim, é um comportamento invasivo a outra pessoa. Aflige n`alguém um dano físico ou psicológico.

A agressividade é o instinto responsável pelo fato de que animais (Homo sapiens incluso), ataquem uns aos outros.

A covardia é o vício antagônico à bravura. É omitir quando é lícito agir. É atacar quando não há possibilidade de defesa.

Em geral a violência física é mais prontamente repudiada. Pode-se vê-la. Nos hematomas, escoriações, sangue, homicídios, genocídios. É passível de se tornar estatística.

Prestem atenção à violência moral... É talvez a mais poderosa. Não está nos números. É dissimulada. Como se coloca num gráfico a desconstrução da auto-estima de uma criança? “Eu sei que minhas palavras são carregadas de perigo e morte”, já dizia W. Whitman (embora usados por este noutro contexto, num nobre poema).

A violência doméstica não se restringe à que resulta nas feridas físicas.

Educo, do latim, significa “caminho”. Educação se encontra numa linha tênue entre a omissão e a tirania. Vejamos o que disse Kafka sobre a relação com seu pai: “o amor muitas vezes tem o rosto da violência”. Será mesmo?

Por um mundo talvez mais agressivo, covarde jamais.











segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A beleza do "quase"





É preciso um olhar aguçado.

Lembra-se da cena do filme "A sociedade dos poetas mortos" em que logo ao princípio da aula o professor sugere que seus alunos subam nas cadeiras para um novo olhar sobre a sala? Uma simples técnica de mudança de perspectiva.

Pois... faço hoje um brinde ao inacabado, ao quase... : alimento do por-vir.

Não somos a somatória de nossas realizações. Mas um amálgama de além destas, dos ensaios de amizade num ponto de ônibus, dos devaneios, das distrações, do acaso, do riso incontido, da angústia.

Um brinde às partidas em que sabíamos que iríamos perder, mas que jogamos até o fim.

São parte de nosso tecido.









segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Quando em teu colo deitei a cabeça


Quando em teu colo deitei a cabeça
Walt Whitman (1819-1892)




"Quando em teu colo deitei a cabeça, meu camarada,
a confissão que fiz eu reafirmo,
o que eu te disse e a céu aberto
eu reafirmo: sei bem que sou inquieto
e deixo os outros também assim,
eu sei que minhas palavras são armas
carregadas de perigo e de morte,
pois eu enfrento a paz e a segurança
e as leis mais enraizadas
para as desenraizar,
e por me haverem todos rejeitado
mais resoluto sou
do que jamais poderia chegar a ser
se todos me aceitassem,
eu não respeito e nunca respeitei
experiência, conveniência,
nem maiorias, nem o ridículo,
e a ameaça do que chamam de inferno
para mim nada é, ou muito pouco,
meu camarada querido: eu confesso
que o incitei a ir em frente comigo
e que ainda o incito sem a mínima idéia
de qual venha a ser o nosso destino
ou se vamos sair vitoriosos
ou totalmente sufocados e vencidos."

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ilha das Flores




Quem assistiu Ilha das Flores na escola? Recordar é viver!
Não é recomendado assistir depois do almoço.

Grato a todos.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Confesso:

Procurei as palavras, e o entremeio, e suas ligações pretensamente artísticas.

Não vieram.


Rabisquei em meu caderno:
Doce
Nutritiva
Terra úmida
Orvalho

E o que sinto exatamente por você?

É mais sábio apenas observar.







"Amor nasce primeiro, brota é depois" (J. G. Rosa)




Parentes, segundo pesquisas realizadas, reconhecem-se uns aos outros pelo cheiro.

Este cheiro, porém, lhes é desagradável.

Evolutivamente tal fato é um artifício que evita intercursos sexuais consanguíneos e contendas entre machos próximos. O propósito é de aumentar a variabilidade genética e preservar a integridade física, assegurando a perpetuação da espécie.






Toda criatura se volta contra seu criador,
assim como todo sistema sócio-político prepara o caminho de sua auto-destruição.





Família:

Duas gerações e 50% dos genes compartilhados.


Recurso.
Amor e Ódio.

Alguém tem que ceder.

Quem?